quarta-feira, março 07, 2007

Chelsea FC 2-1 FC Porto (3-2)

Estádio: Stamford Bridge
Espectadores: 39.041
Árbitro: Roberto Rosetti


Chelsea FC: Cech, Diarra, Essien, Ricardo Carvalho e Ashley Cole, Makelele, Ballack e Lampard, Robben, Drogba e Shevchenko
Treinador: José Mourinho. Jogaram ainda: Mikel, Paulo Ferreira e Kalou

FC Porto: Helton, Fucile, Pepe, Bruno Alves e Ricardo Costa, Paulo Assunção, Raul Meireles, Marek Cech e Lucho Gonzales, Quaresma e Lisandro Lopez.
Treinador: Jesualdo Ferreira. Jogaram ainda: Ibson, Adriano e Bruno Moraes.

O Chelsea venceu no novo relvado de Stamford Bridge e segue em frente para os Quartos-de-Final da Champions League. Mas a eliminatória esteve complicada...

José Mourinho já tinha dito que o jogo sería bastante difícil, mas provavelmente não esperava, ao fim dos primeiros 45 minutos, estar practicamente fora da fase seguinte da Champions. O treinador português foi mais cedo para os balneareos, e os jogadores rectificaram a exibição na segunda parte e conseguiram dar a volta ao marcador.
Mourinho usou o onze que venceu o Portsmouth, com Ashley Cole novamente á esquerda e Essien no eixo defensivo. Robben também foi titular e esteve em bom plano.
Jesualdo surpreendeu um pouco, fazendo algumas alterações, tanto no onze, como a nível táctico. O treinador dos azuis e brancos fez alinhar Fucile na direita, face a ausência de Bosingwa, mas do lado esquerdo jogou Ricardo Costa. O miolo do terreno também sofreu alterações, pois Jesualdo promoveu o losango, com Marek Cech na esquerda, Raul Meireles na direita, Paulo Assunção foi o trinco e Lucho fez de número dez, com outra surpresa na frente de ataque, onde jogaram Quaresma e Lisandro Lopes, tendo Adriano ficado no banco, ele que vinha marcando a três jogos consequtivos pelo FC Porto.
O esquema de Jesualdo deixou a entender uma vontade do FC Porto de jogar em contra-ataque, dando a iníciativa de jogo ao Chelsea, como se veio a verificar, tentando servir os homens da frente, através de lancamentos rápidos, tentando aproveitar a velocidade de ambos. Os primeiros minutos foram de algum estudo entre ambos os conjuntos, embora o Chelsea tenha estado mais perigoso. Logo no primeiro minuto, Shevchenko teve oportunidade de bisar a baliza de Helton, mas o remate saiu um nada por cima. O FC Porto teve o primeiro remate apenas aos 10 minutos de jogo, por intermédio de Lucho, mas sem problemas para Cech.
O FC Porto chegou ao golo cedo, logo ao minuto 15, através de Quaresma. A jogada é iniciada na defesa, com um alivio de Fucile, a bola chega aos pés de Lisandro que deu em Lucho e este de primeira serviu Quaresma, que sem marcação entre os centrais, conseguiu fugir e á saida de Cech, fez a bola passar por baixo do guardião. Era a explosão de alegría dos cerca de 3300 adeptos do FC Porto que se deslocaram Londres. Os adeptos do Chelsea esfriaram e acabaram por se calar. A seguir ao golo o Chelsea perdeu um pouco o norte, e a actuação do conjunto blue durante largos minutos, foi nervosa, com vários passes falhados a proporcionar ao FC Porto alguns lancamentos longos. O FC Porto começou a recuar um pouco, e o Chelsea cresceu á partir dos 25 minutos de jogo. Neste período o Chelsea dispôs de algumas boas oportunidades de golo, nomeadamente devido á intervenção de Ashley Cole, que começou a subir mais o que permitiu ao Chelsea jogar pelas alas, algo que ainda não tinha feito. O futebol blue era canalizado pelo miolo do terreno, onde existia muita gente, com Paulo Assunção em grande, evitando muitas jogadas de perigo para a sua baliza. Aos 24 minutos o Chelsea dispôs da primeira boa oportunidade de golo, com Cole a centrar e Drogba a deixar passar para Shevchenko, que falhou o remate. Na recarga, Drogba atirou por cima da baliza. Aos 30 minutos, novamente oChelsea e novamente Cole, com o centro a nãochegar a Ballack, que se preparava para marcar, não fôsse a intervenção providencial de Ricardo Costa. No minuto seguinte, os blues voltaram a ter o golo nos pés, mas Lampard rematou frouxo a passe de Shevchenko. Este período até ao intervalo pertenceu por completo ao Chelsea, com o FC Porto apenas a jogar em contra-ataque e em lancamentos longos, bem resolvidos, ora por Essien, ora por Ricardo Carvalho. O FC Porto, não consegiu criar mais nenhuma oportunidade de golo durante o primeiro tempo, fruto da ausência de um jogador que ficasse entre os centrais. Quaresma nãofoi o jogador do Dragão, e apenas teve o lance do golo como cartão de visita. O Chelsea acabou a primeira parte por cima do FC Porto, mas ainda assim não se livraram de um coro de assobos do público presente nas bancadas. Mourinho saiu para os balneareos, ainda antes do apito final do árbitro, mostrando todo o seu descontentamento, assim como Roman Abramovich.
No reatamento a equipa surgiu diferente. Makelele ficou no balneareo, não esteve em bom plano como já tinha acontecido no Dragão e para o seu lugar entrou Obi Mikel, que veio trazer outra segurança á zona mais recuada do Chelsea. Jesualdo não fêz nenhuma alteração.
Antes do apito do árbitro, Drogba pediu com veemência o apoio do público que foi correspondendo.
Logo no segundo minuto do segundo tempo, surgiu o golo do Chelsea, que alterou por completo o desenrrolar do jogo. Robben veio da esquerda para a direita com a bola, combinou com Diarra, e de forma inesperada, rematou á baliza de Helton, que teve o momento negor da noite, ao abordar mal a bola deixandoa escapar por cima dele permitindo ao Chelsea empatar a partida.
Galvanizados pelo golo, os jogadores do Chelsea partiram para cima do FC Porto não deixando os jogadores azuis e brancos respirarem. Logo de seguida Mikel tentou a sorte de longe, mas a bola saiu por cima da baliza de Helton. Jesualdo alterou logo o figurino da equipa, voltando ao 4x3x3, retirando Raul Meireles e Cech, fazendo entrar Ibson e Adriano. Quaresma voltou á esquerda e Lisandro á direita, com Paulo Assunção, Ibson e Lucho no miolo. Este esquema refreou um pouco os animos do Chelsea, que deixou de ser tão pressionante durante alguns minutos. Neste período Quaresma tentou surgir na partida e logo arrancou um amarelo a Diarra, por entrada dura deste. Mourinho percebeu que tinha que mexer e mandou Paulo Ferreira aquecer.
A forma de jogar do FC Porto não se alterou muito, e os lancamentos longos continuaram, tendo muitos acabado nas mãos de Cech, ou bem resolvidos pela defesa blue.
O Chelsea voltou a ser mais pressionante e nesta fase surge o período negro de Helton no jogo, com sucessívos erros que poderíam ter comprometido mais cedo o conjunto azul e branco. O lance de golo marcou claramente o guardião portista, que no fim da partida assumiu as culpas no lance do golo.
A um quarto de hora do fim, o Chelsea vira o marcador. Jogada mais uma vez iniciada por Ashley Cole que centrou para área, onde Drogba assistiu Shevchenko de cabeça e o ucraniâno assistiu Ballack, também de cabeça, para o alemão rematar lívre de marcação e de primeira, para o golo. Foi a primeira e única falha dos centrais portistas, que até esse momento, não tinham dado practicamente espaço nenhum tanto a Drogba, como a Shevchenko.
O FC Porto tentou responder, pois bastaría um golo para modificar o rumo da eliminatória, e Jesualdo fez logo entrar Bruno Moraes para o lugar de Lisandro, passando a jogar com dois pontas de lança. O FC Porto tentou chegar ao golo, na marcação de um lívre, mas sería o Chelsea a criar perígo no seguimento da jogada, com Shevchenko a arrancar e a ser mais rápido que Fucile, sendo no entanto, Ricardo Costa providêncial no corte da jogada, quando a bola já seguia para Robben. No último minuto, o FC Porto dispôs de mais uma situação de perígo, sendo neste caso Paulo Ferreira o salvador, tendo impedido a bola de chegar a Adriano, que já se preparava para fuzilar. Minutos depois o jogo chegou ao fim, com os jogadores do Chelsea a fazerem a festa, e nas bancadas o sorriso de Abramovich deixou claro que o resultado foi bom, mas difícil de conseguir.

Comentário Final

No conjunto das duas mãos, podemos verificar que o Chelsea foi mais forte. E foi mais forte na contenção do jogo e na posse de bola. No jogo do Dragão, a entrada de Mikel ao intervalo permitiu ao Chelsea gerir com calma o 1-1 e manter a bola longe da baliza. O jogador nigeriano é mais forte que Makelele, que parece estar a perder fulgor. Neste jogo, a entrada de Mikel voltou a ser importante, pois permitiu estancar agumas tentativas do FC Porto de chegar á baliza de Cech, pelo centro do terreno, uma vez que Makelele voltou a estar abaixo daquilo que nos habituou. Jesualdo no jogo da primeira mão foi mais astuto do que neste jogo, embora o esquema de 4x4x2 usado na primeira parte e até ao lance do golo, tivesse resultado em pleno, embora o FC Porto apenas tenha criado uma situação clara de golo, que por coincidência deu golo. Lucho foi importante pois jogou na posição do dez, função que desempenhou com esclarecimento, sendo dele o passe para Quaresma marcar. Após o golo do Chelsea, o FC Porto desorganizou-se um pouco, e de volta ao 4x3x3 permitiu mais espaços, o que não tinha acontecido no primeiro tempo, o que permitiu que Robben, Lampard e Ballack pudessem surgir mais vezes na zona de remate. Um jogador importante no lado dos blues foi Ashley Cole. Dos pés dele sairam os lances mais perígosos do Chelsea no primeiro tempo, e foi dos pés dele que saiu o lance do golo. Sempre que o Chelsea explorou o lado direito da defesa portista, criou bastante perigo, pois Fucile não é igual a Bosingwa.

O Melhor em Campo

Destaco dois jogadores:

* Paulo Assunção. Excelente exibição, principalmente no primeiro tempo. No vértice defensivo do losango portista, foi o jogador mais influente, tendo sido a sombra de Ballack, Lampard e de Drogba quando estes tentava jogar pelo miolo do terreno. Uma exibição bastante segura de um jogador que tem uma preponderância bastante grande na equipa de Jesualdo.

* Robben. O jogador holandês é um desiquilibrador nato. No primeiro tempo deixou em água a cabeça de Fucile, pois os seus dribles e velocidad, são estonteantes. O futebol do Chelsea é mais rápido com o extremo em campo e isso foi notório no jogo da primeira mão e neste também. No lance do golo mostrou toda a sua capacidade de improviso, tendo flectido da esquerda para a direita e depois, quando ningém esperava e com uma nesga de terreno, atirou a contar, contando também com a ajuda de Helton.

O Positivo do Jogo

* Embora ache que foi conservador de mais, o esquema usado pelo FC Porto resultou em pleno no primeiro tempo. A ausência de um ponta de lança para marcar deixou os centrais do Chelsea um pouco confusos, deixando espaços para Quaresma e Lisandro, que nunca estiveram fixos, aproveitarem. Foi assim no lance do golo portista e continuou durante mais alguns minutos, até ser o próprio FC Porto a recuar um pouco, em função da vantagem obtida.

* A presença de 3300 adeptos do FC Porto deixou bem clara a confiança que tinham na equipa. Não é todos os dias que se calam os adeptos ingleses.

* A imagem do FC Porto saiu reforçada deste encontro, tendo vendido cara a derrota. Sucumbiu por um erro do guarda-redes, mas deixou sempre a imagem de uma equipa segura, aguerrida e lutadora, que podería ter passado aos quartos, caso tivesse tido mais sorte.

O Negativo do Jogo

* O frango de Helton. O guarda-redes portista acabou por afundar a moral da equipa e estar ligado á eliminação do FC Porto. No entanto é de enaltecer o assumir de responsabilidades por parte do jogador.

O Árbitro

Roberto Rosetti, não esteve mal, tendo no entanto, favorecido o Chelsea mais no segundo tempo. O jogo foi correcto e não teve muitas situações duvidosas, mas penso que podería ter havido mais cartões amarelos para jogadores do Chelsea no segundo tempo. No lance em que Robben pede grande penalidade, parece-me justa a apreciação do lance, logo, bem mostrado o cartão amarelo ao extremo holandês.

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