quarta-feira, maio 02, 2007

Liverpool 1-0 Chelsea FC (4-1 Após G.P.)

Estádio: Anfield Road
Espectadores: 42.554
Árbitro: Mejuto Gonzales (Espanha)

Liverpool: Reina, Finnan, Carragher, Agger e Riise, Mascherano, Gerrard, Zenden e Pennant, Crouch e Kuyt.
Treinador: Rafa Benítez. Jogaram ainda: Xabi Alonso, Bellamy e Fowler.
Grandes Penalidades: Zenden, Xabi Alonso, Gerrard e Kuyt.

Chelsea FC: Cech, Paulo Ferreira, Essien, John Terry e Ashley Cole, Makelele, Obi Mikel e Frank Lampard, Kalou, Joe Cole e Drogba.
Treinador: José Mourinho. Jogaram ainda: Robben, Wright-Phillips e Gérémi.
Grandes Penalidades: Robben, Lampard e Gérémi.

O Chelsea voltou a perder uma oportunidade de chegar á final da Champions League, e novamente frente ao Liverpool. Desta feita, o resultado da eliminatória foi encontrado, através da marca das grandes penalidades.

Imagem do jogo: Drogba perdido entre os jogadores do Liverpool


Para este jogo, Mourinho estava impedido de usar três dos jogadores mais influentes do plantel blue. Ricardo Carvalho, que se lesionou no jogo frente ao Bolton, Ballack e Shevchenko. Estas lesões originaram alterações no onze e no esquema de jogo, tendo o Chelsea surgido em 4x3x3, com Makelele, Obi Mikel e Lampard no meio campo, o recuo de Essien para central e Joe Cole, Kalou e Drogba na frente. Paulo Ferreira foi o único português titular, e Hilário esteve na bancada.
Do lado do Liverpool, Benítez jogou num 4x4x2 classico, com Mancherano e Gerrard no miolo, com o argentino mais recuado que o internacional inglês e com Zenden e Pennant nas alas a apoiarem o regressado Crouch e Dirk Kuyt. Desta feita, Xabi Alonso começou o jogo no banco de suplentes, assim como Bellamy e Arbeola, em relação ao jogo da primeira mão.
O jogo começou, como sería de esperar, com o Liverpool ao ataque. Este ataque foi ao início algo consentido pelo Chelsea, tentando depois sair em contra-ataque, mas aos poucos o Liverpool foi mesmo tomando conta dos acontecimentos, empurrando os blues para a sua área. Com um futebol apoiado, e lateralizado, aproveitando as subidas dos laterais, Finnan e Riise, o Liverpool foi a primeira equipa a chegar perto da baliza adversária criando algum perígo, resolvido por Terry e Essien. O Chelsea desde cedo, apostou num futebol directo, fruto de um meio campo muito recuado e sem criatividade. Aos 14 minutos surge uma excelente oportunidade de golo para os blues, com Drogba a ser lançado em profundidade, e conseguir centrar para a ára, onde só estava Kalou. Carragher bem posicionado, evitou que a bola chegasse ao avançado do Chelsea. Sem surpresas, o Liverpool chega ao golo ao minuto 21. Lance estudado na marcação de um lívre descaído para a esquerda do ataque red, com toda a gente á espera que Gerrard centra-se para a área, mas este deu em Agger, que sem marcação na cabeça da área rematou para o fundo das redes de Cech. Este golo empatou a elimatória e foi o coroar de uma excelente entrada da equipa de Rafa Benítez.
Com o passar do tempo e após o golo, o Liverpool desceu a intensidade de jogo, que foi bastante forte no início, e passou a jogar numa toada mais baixa, esperando pela equipa do Chelsea, que nunca chegou a assustar Reina na primeira meia hora. Aos 30 minutos de jogo, a equipa de Mourinho ainda não tinha rematado á baliza, e a posse de bola era esmagadora para o Liverpool.
Mas á entrada do último quarto de hora da primeira parte, o Chelsea tentou modíficar um pouco a forma de jogar, mas faltava sempre qualquer coisa. O futebol era lento, Makelele e Mikel estava a jogar lado a lado, e Lampard ficava desamparado na frente, não houve ligação de sectores e as transições defesa-ataque eram muito lentas, porque Mikel, que esteve irreprensível a defender, não conseguia imprimir velocidade na saida para o ataque, o mesmo se passando com Makelele. Mas ainda assim o primeiro remate á baliza de Reina surgiu ao minuto 32, com Drogba a proporcionar uma boa defesa ao guardião espanhol, depois de lancado mais uma vez em profundidade. Nos últimos minutos do primeiro tempo, o Chelsea conseguiu ocupar o meio campo do Liverpool, e conseguiu ganhar alguns cantos, e alguns lívres que foram levando algum perígo á baliza de Reina.


Mourinho

No segundo tempo, o Chelsea entrou ligeiramente melhor, mas aos poucos foi perdendo novamente o controlo do jogo para o Liverpool, que nunca abandonou a sua forma de jogar. Os homens de Benítez estiveram irreprensíveis na forma como defenderam e sobretudo, como saíram para o ataque. Sempre que os homens do Chelsea tinham a bola, o Liverpool defendia com 8 jogadores, ou seja, Pennant, Gerrard, Mascherano e Zenden, formavam uma linha de quatro á frente da defesa, o que deixava o Chelsea sem espaços e sem capacidade para pensar, ainda por cima com menos homens nessa zona do terreno. Quando o Liverpool tinha a bola, o futebol era apoiado e lateralizado, aproveitando as subidas dos laterais, ora Finnan, ora Riise, ou então através das acções de Zenden e Pennant. E foi assim que o Liverpool dispôs de uma excelente oportunidade logo a abrir o segundo tempo. Pennant ganhou a bola depois de uma excelente triangulação com Gerrard e Finnan, e centrou para a área, onde Crouch saltou mais alto que os defesas blues e conseguiu cabecear, com Cech a defender por instinto com as pernas. Minutos depois, aos 58, foi a vêz de Kuyt lançar o pânico na área blue. Desta feita o cruzamento surgiu da esquerda, com Riise a pôr a bola na cabeça de Kuyt, com o holandês a rematar á barra da baliza de Cech.
Até este momento o Chelsea não tinha surgido com perígo na ára contrária, pois não teve argumentos para tal. Os laterais, Paulo Ferreira e Ashley Cole, estiveram sempre presos á sua posição devido as constantes subidas dos laterais adversários ou então dos alas, o meio campo estava orfão de um elemento que fizesse as transições ofensivas com alguma rapidez, e aqui Essien e Ballack seríam fundamentais, e sobretudo, o Chelsea necessitava de alguém que jogasse com rapidez. Joe Cole e Kalou tetaram fazê-lo durante os primeiros 45 minutos, mas as suas acções cairam em saco roto, devido ao recuo da equipa. No segundo tempo, as coisas passaram-se mais ou menos da mesma forma. O Chelsea apenas começou a criar perígo quando Ashley Cole começou a conseguir libertar-se da acção de Pennant e começou a subir pelo seu flanco, criando desiquilíbrios. Aos 75 minutos de jogo, Drogba podería ter feito o golo, após uma subida do lateral, que ganhou a linha e centrou atrasado, para a entrada do marfinense. Este só não marcou, porque Carragher mais uma vêz acompanhou o lance e conseguiu desviar para canto, que o árbitro transformou em pontapé de baliza. Benítez percebeu que o extremo direito, Pennant, já tinha estourado e retirou-o de campo, fazendo entrar Xabi Alonso, que caíu na zona de Ashley Cole, estancando-o novamente. Drogba voltou a estar perto do golo ao minuto 84, depois de uma investida de Essien (que falta fêz no meio campo), com o marfinênse a não chegar á bola por centímetros, com mérito para Reina que foi rápido a sair á bola. O prolongamento adivinhava-se, tanto mais que Mourinho ainda não tinha feito nenhuma alteração.
No prolongamento vimos mais do mesmo. O Liverpool a tentar evitar as grandes penalidades e o Chelsea a tentar levar o jogo para essa fase. E por pouco que os homens de Benítez não conseguiam evitar esse desfecho. Aos 97 minutos, Kuyt teve o golo nos pés, depois de conseguir isolar-se a passe de Gerrard, mas não conseguiu contornar Cech. No entanto o árbitro já tinha anulado o lance por fora de jogo do atacante holandês. Ao minuto 100, Kuyt introduz mesmo a bola na baliza de Cech, na recarga a um remate de Xabi Alonso do meio da rua. O árbitro voltou a anular o lance, desta feita mal, pois Kuyt estava em linha no momento do remate do companheiro. Entretanto, Mourinho tinha já lançado Robben no lugar de Joe Cole, na tentatíva de dar mais velocidade ao ataque blue. Mais tarde lançaría também Wright-Philips para o lugar de Kalou. E foi dos pés de Wright-Phillips que saíu a melhor oportunidade de golo para o Chelsea. A cinco minutos do fim do prolongamento, Essien progredíu no terreno e deixou no pequeno extremo blue, que centrou para a área, onde Drogba, já pressionado pelo defesa, não conseguiu emendar para golo. Antes do final da partida, Kuyt voltou a dispôr de uma chance para marcar, depois de servido por Fowler, que tinha acabado de entrar, mas o remate do holandês foi parado por Cech. Nas grandes penalidades, o héroi foi Reina, que conseguiu defender duas penalidades, apontadas por Robben e por Gérémi, com o Liverpool a não falhar nenhuma. Com este resultado, o Liverpool é o primeiro finalista da Champions League, atingindo assim a sua 7 final, a segunda em três anos, podendo reeditar o duelo de 2005, frente ao AC Milan.

Festa dos vencedores: Reina defendeu duas grandes penalidades

No final da partida, Mourinho disse que o Chelsea tinha sido melhor que o adversário: «Há pouco a dizer. O Chelsea tem vários motivos para ter orgulho em si mesmo. Hoje fomos a melhor equipa, frente a um adversário que só joga na Liga dos Campeões.
No prolongamento fomos os únicos a lutar pela vitória. Mas o futebol é assim, não marcámos e, por isso, não estamos na final. Dentro de dez anos, ninguém se lembrará que podíamos ter ganho por 3-0 na primeira mão. As pessoas recordar-se-ão apenas da final, seja Liverpool-Milan ou Liverpool-Manchester United.
Os meus jogadores fizeram um excelente percurso na Liga dos Campeões. Agora, têm de tentar ser ainda mais fortes.»


Declarações de Mourinho retiradas do site Maisfutebol

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